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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Para quê correr.......

Para quê correr.....
Nesta selva mais selvagem do que a verdadeira,
Correr...... Dia a dia todos os segundos contam, como se fossemos morrer já de seguida. 
Há quem diga "Vive a vida", "Vive como se fosse o último dia", "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje" etc.....
Tanta sede de viver, temos nós e depois lamenta-mos.
Porque estamos vivos, porque  temos dívidas, porque não é justo. Agarramos qualquer desculpa quando a vida não corre bem, esquecendo de correr então. Deste correr que nos faz tomar dicisões erradas ao qual depois choramos, choramos depois por não ter vontade de correr mais. Para quê correr se logo depois estamos a sofrer???? Para quê correr... 
Apenas uma coisa está sem correr e quando damos por nós já foi, esgotou, puff,,,, o Tempo.
E ele faz questão de lembrar que corrermos e perdemos momentos que não voltam atrás. E que muitas vezes apenas o andar devagar nos leva a apreciar a amar. Nunca vi um artista a admirar sua obra em milésimos de segundos. Tem que se ter calma e com isso não quer dizer que estamos a dormir, apenas queremos viver....
Não deixes escapar....


Iúri Santos 02.06.2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Para pensar...

Olhando o mar, sonho sem ter de quê

Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

                 Fernando Pessoa